quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

FIM DE TARDE NA URCA

O vento sopra forte em frente à Ufrj.
No sinal,uma senhora segura firme a mão de uma criança para atravessar a rua..
Um gato preguiçoso sucumbe e cai do muro.
Um paciente do Pinel grita...
O mundo não é facil de ser decifrado,talvez por isso o cara esteja perturbado.
Os ultimos raios de sol se amotinam atrás do morro da Urca e o coração de Elizabeth salta pela boca quando do nada ela dá de cara com Hugo, dobrando a esquina.
"Que sina! Seu bairro fica uns 5 bairros pra lá...ele faz o que aqui?"
-Que surpresa!Tomamos uma cerveja?
-Ah claro que sim! Segura pra mim?Preciso amarrar o sapato...
O vento sopra forte em frente à Ufrj e também na mureta da Urca.
No torpor da 3°cerveja e sob a penumbra latente e bela da baía de Guanabara dois amantes se reencontram e se beijam.
Na praia, depois do antigo cassino, os umbandistas lutam para manter as velas acesas.
Então se faz noite de Iemanja e as Deusas sopram sobre o mar um vento que tem a força de mil sereias misteriosas.
No Pinel o paciente voluntarioso dorme agora placidamente, abatido por substancias benzodiazepinicas certeiras, que bailam em sua corrente sanguínea a dança de Morfeu.
O gato preguiçoso se aninha embaixo de uma árvore depois de ter comido uma salsicha jogada à ele por um estudante de pedagogia.
Segue a noite e depois dela mais um dia .
Depois outro e outro e outro...
Elizabeth se casa com Hugo e num esforço sublime pari 2 filhos para em seguida pedir o divórcio.
Casa-se novamente com Mariano que morre 3 anos depois, assim como já morreu o gato e um dia morrerá o louco do hospício e também os umbandistas que creem em Deus.
Ela propria, Elizabeth,com sorte,morrerá antes de seus filhos.
Tudo há de morrer como esta historia que pinga relatos e mal consegue manter-se nos fatos, tampouco consegue explicar o quanto tudo é efêmero, mesmo se fazendo entender e tentando lembrar que tudo que importa na vida é amar...

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